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Bebedeira

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( Leia isso ao som de  I'm drunk and confused ) Antes de escrever, eu bebo Eu bebo muito De verdade! Até ficar alto Pra buscar coragem. E mesmo inseguro, Seguro Com medo. Sempre bebi de outros autores, Amores que não deram certo, Dos inventados e construídos. Das esperanças vazias Experiências vividas De uma vida com Devaneios e receios Feitos sob medida. Bebo de histórias que já contei um dia, Bebo como se não houvesse verdade e nem mentira, Sufocando com palavras a serem escritas... E sem receio nenhum, eu engulo. E só depois é que sinto A inspiração querer sair E coloco para fora a poesia Que está pronta Para ser ouvida, Enquanto vejo o céu emergir. Ontem bebi e escrevi Pela ultima vez Como se não mais houvesse hoje. Mas, eis que houve.

Memórias imaginárias

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    (Leia isso ao som de  Want You So Bad - The Vaccines ) É no canto da sala, sentado no sofá, que as vezes eu me aquieto e penso em você. É quando aquela música toca, que eu mais sinto sua falta. Eu até tento ficar submerso diante da vaga lembrança que tenho dos nossos momentos, mas as vezes me parece ser em vão. Acontece que você fazia parte da casa e quando decidiu ir, foi como se um cômodo nunca tivesse existido. O   que houve com nós, meu bem? O que houve com todo aquele amontoado de ideias e planos que chegamos a discutir? Eu me perguntei em que momento você resolveu levar suas coisas embora e me deixar vazio por dentro, qual foi o momento exato que o meu amor não coube no teu peito... Eu até desfiz a bagunça da casa e organizei a vida... Mas eu vi tudo desaparecer sem deixar traços e a cômoda ficar vazia como sempre foi. Eu até tentei mudar tudo de lugar, tentei fazer o que sempre quis e cheguei a preencher os espaços com coisas mais absurdas e eles nem precisavam ser preenchi

Quis te fazer ficar

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(Leia isso ao som de Atlantis - Seafret ) O teto do meu quarto é o mapa mais bem detalhado que eu conheço. Ele é cheio de constelações e enigmas Que já nem sei se… Igual como eu conhecia o teu corpo, O qual busco nesse teto as vezes. Queria me agarrar em você como me agarro nesse quarto. E eu... Fui afogado pelos sentimentos Sem nem saber o por quê. Eu não soube dizer “Eu te amo”, mas eu sei que disse… Com o corpo, Com as mãos, Atitude, Sentimento… E você bem se sentiu no direito de Dizer que te tratava com frieza E de fazer o que quisesse. Eu quis te fazer ficar Pra não deixar o nosso amor passar E te pedi para a gente não acabar, E eu não me arrependo... Seu gato ia dividir a cama com a gente… Mas, eu não tenho poder algum sobre você. Eu disse que te amava mais de uma vez E pedi para ficar Mas, tenho quase certeza que eu não disse isso em voz alta.

O ônibus

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  (Leia isso ao som de  Night Bus - Gabrielle Aplin ) Na saída do trabalho, entrei no 736 de todos os dias e me deparei com alguém muito parecido com você e pude jurar que havia te reencontrado novamente, não o seu eu do presente, mas sim, o seu eu do passado. Eu fui levada a acreditar que era você sentado ali, bem de f r ente pra mim. A caminhada no corredor vazio me levou a olhar para o rosto e encontrar um olhar que me pareceu amigável, o corte de cabelo idêntico como era 4 anos atrás e que o corpo e mãos eram as mesmas que me tocaram secretamente sem que ninguém soubesse... Mas o rosto por trás daquela mascara não era o seu. E eu sabia disso.  Por uma questão de minutos sentada ao lado daquele corpo, eu quis imaginar que seria você ali. Durante todo o percurso até a minha parada, eu viajei no passado e te vi sendo feliz, eu vi nós dois sendo felizes, mas sem perspectiva nenhuma de um futuro. Foi um eterno momentâneo de prazeres. Sempre acreditei que poderíamos ter dado certo se vo

2.1 bilhões de anos-luz

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  (Leia isso ao som de  Venus - Sleeping At Last ) Os astrônomos buscam constantes objetos no céu e sinais de vida fora da terra, Enquanto eu Busco você  Como se também investigasse Sinais extraterrestres Vindos de uma outra galáxia  Desconhecida.  Mas, Tão certo quanto o espaço, Os indícios ficaram perdidos Entre os silêncios  Causados pelo Nosso desastre. Nossos impulsos em nos materializarmos  A cada toque desejado Nos fez vagar por décadas  Em uma linha tênue, Escondida  E indecifrável  Que foi a explosão que causamos  No pequeno quebra-cabeça cósmico  Com duração de Pequenos milésimos de segundos  Criado por nós.  Nosso equilíbrio físico sofreu continuamente  O bombardeio de uma luz misteriosa  Que transformou-nos em  Fragmentos Sem uma nova possibilidade de Reconstrução.  Somos uma ameaça constante A quem deseja nos explorar.  Somos o fenômeno de origem  Vulnerável  Infinita E duvidosa Que quando observados em frequência  Ninguém é capaz de decifrar, pois Assim como eu, Entrarão

A leveza de ser.

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              (Leia isso ao som de  Where Am I Going Now?  - Thalles)      Em tempos extremos, a busca incessante por algo que não conhecemos (ainda), chega a ser massante. Ficamos a meia-luz dentro de nossa ociedade quase todos os dias e não nos damos conta. Sentimentos e sensações ficam esquecidas e guardadas em lugares profundos dentro de nós mesmos e são dificilmente achados novamente. Um infinito de possibilidades desconhecidas. E eu nem sei se deveria começar esse texto (sem nexo) assim. Quanto pesa a falta de leveza de ser ?      O tempo de uma certa forma, é cruel. Somos bons em transformar nossos corpos em universos em colisão. A nossa expansão é o que de certa maneira, nos move. Mas, ao mesmo tempo, me pergunto onde deveria estar a leveza em nossas vidas, nosso ponto de equilibro em meio à aquele vão de possibilidades desconhecidas... Acredito que a busca e a leveza deveriam mesmo andar juntas, uma ao lado da outra e talvez até andem, mas não percebemos. Nos carregamos tanto,