Prosa

(Leia isso ao som de Words - Gregory Alan Isakov )


Ontem peguei aquele nosso caderno antigo de poemas
E reli tudo o que permaneceu alí
Intacto
Senti o peso das palavras traçadas há meses atrás
E desejei não tê-las escrito contigo.

"Que eu seja tudo aquilo que eu escreva,
De reconhecer o eu profundo e me entegar." 
Foi o que escrevi
Decidi e assim fiz
Entreguei como pude
Escrevestes o quanto pudestes 
E de algumas palavras soltas
Eu fui a verdade
De algumas palavras de amor
Eu imaginei um conto
E com palavras de solidão e tristeza
Fomos ao fim

Rabiscasses um poema que não gostei
Senti dor e me feri
E em uma busca esperançosa
Te dediquei o mais bonito dos sonetos
E tu me entregou o mais triste dos poemas 
E as palavras mais difícies de ouvir
Foram a desilusão

Tuas palavras vagaram pelo espaço infinito da minha mente
Elas causaram efeito devastador em mim
Eu senti tudo aquilo que me entregou
Não, jamais seríamos os mesmos após as coisas já ditas

Iria te esquecer facilmente,
Mas meu coração então apertado,
Resolveu guardar teus poemas
Mesmo não havendo quase espaço
E senti tudo sendo esmagado
Pelo peso das palavras vazias.

Mas que te fique os poemas
Os mesmos que te despertavam
Quando o amor era um personagem coadjuvante dos versos
Mas já não mais serei afetada 
Por aquela sua prosa bem rimada
Que perdeu o valor 
E virou retalho do passado 
Porque enquanto a mim,
Sempre serei poesia.



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