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Mostrando postagens de novembro, 2018

Prosa

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(Leia isso ao som de  Words - Gregory Alan Isakov ) Ontem peguei aquele nosso caderno antigo de poemas E reli tudo o que permaneceu alí Intacto Senti o peso das palavras traçadas há meses atrás E desejei não tê-las escrito contigo. "Que eu seja tudo aquilo que eu escreva, De reconhecer o eu profundo e me entegar."  Foi o que escrevi Decidi e assim fiz Entreguei como pude Escrevestes o quanto pudestes  E de algumas palavras soltas Eu fui a verdade De algumas palavras de amor Eu imaginei um conto E com palavras de solidão e tristeza Fomos ao fim Rabiscasses um poema que não gostei Senti dor e me feri E em uma busca esperançosa Te dediquei o mais bonito dos sonetos E tu me entregou o mais triste dos poemas  E as palavras mais difícies de ouvir Foram a desilusão Tuas palavras vagaram pelo espaço infinito da minha mente Elas causaram efeito devastador em mim Eu senti tudo aquilo que me entregou Não, jamais seríamos os mesmos após as coisas já d

Quarta-Feira

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(Leia isso ao som de  First Day Of My Life - Bright Eyes ) Feito o vento que chegou inesperado e leve Chegou da melhor maneira possível Com sua camera na mão e os óculos no rosto, tímida Com seus fones e uma música misteriosa que ecoava alí até o mais profundo de sua mente. Menina doce dos cabelos cor de fogo Aquele gosto me fascina, Delicada ou agressiva, parecia ser segura de sí enquanto caminhava como quem não quer nada Tira suas fotos, congela os momentos como sempre fez Observa e os captura. Sozinha, olha ao seu redor Os corpos, barulos, risadas, movimentos, monumentos e seres intensos. Acompanhada de sí e suas poesias declara amor em estrofes Segue a vida com versos, não há como esconder, Parou naquele banco para escrever, Parou de correr de si mesma, decidida a enfrentar seguiu meio indecisa Ouvindo seus pensamentos e ainda que só, buscava amar a sí mesma. E eu que estava sentado alí no outro banco A observava em silencio, Escrevendo para quem jamais

Os poetas são os piores

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(Leia isso ao som de Everyone Requires A Plain - The Lumineers )      Foi bom vê-la sorrir do outro lado da rua. Ela trouxe palavras bonitas e um cigarro, chegou desbravadora e destraida contando histórias engraçadas, tristes e involuntárias, encantando minha alma pela primeira vez, me fazendo sorrir, sem que eu ao menos entendesse todas as suas palavras.      De forma natural como quem já está acostumada a soterrar os primeiros e antigos amores, ela apagou e enterrou o ultimo cigarro, parecia ter sido o décimo quarto trago do dia, deixou escapar a fumaça que a deixava mais leve. Encantado, seduziu meus olhos, não me importei em ter respirado aquele ar, já estava inspirado naquela hora.       Como alguém que não quer nada, segurou delicadamente a xícara do café, quente, puro, saboroso, deixava o sorriso à mostra, chegando com o papo de que os poetas eram os piores, deixavam-se levar pelo momento, angustia, solidão e desejos, que ansiavam buscar aquilo que um dia jamais