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Epílogo

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    ( Você pode ler isso ao som de Night Swim - Sports ) Longe do que um dia já fui Me perdi pelos cantos Entre linhas e pensamentos... Devaneios de um ser solitário  Busquei o que não sabia Pelos mesmos lugares. Alguns minutos Me separaram da poesia Que já nem era tão poesia assim, Porque acabei matando O poeta que existia Que mentiu e viveu Uma mentira bondosa Quando mentia Que não escrevia O que sentia Em cada verso... Mas ainda transcrevo sobre ti. Minhas escolhas tornaram-se bagunça. Fadadas ao óbvio. Sufoquei por amores imaginários E mudei Por você ... Achei e perdi a inspiração. Luzes e cores demais me fazem olhar para além de mim e tudo o que já aconteceu, sei que a minha cor favorita sempre foi o azul e que você adorava o céu assim, mas sei que foi melhor, as vezes o caderno de poesias ainda me parece vazio. Sei que trinta minutos se passaram desde que fiquei deitado nessa cama com a escolha de não escrever o mesmo tipo de na

Memória Seletiva

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(Você pode ler isso ao som de: Blower's Daughter - Damien Rice ) Já não lembro do tom da tua voz Tampouco sou afetado pelas lembranças Que há tempos me cercavam E insistiam em me machucar. Hoje já não me lembro do gosto dos teus beijos Dos sentimentos que me causavam A sensação Do teu rosto Toque. Já não sei como é sentir dor Ou viver angustiado Raiva dos momentos que passei Contigo Comigo mesmo. De você  me esqueci tudo o que me fez mal Tudo aquilo de ruim Não sou capaz de cultivar nenhum desafeto. Poderia ser bem mais fácil Lembrar de cada gesto Palavra Momento Talvez nunca esqueça... Mas de você, Realmente não me vem mais Motivos para recordar tudo isso Já que se tornaram palavras soltas Momentos passados De uma memória seletiva.

Enquanto o meu amor dorme, eu escrevo poemas.

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(Você pode ler isso ao som de  Don't Let Me Go - Cigarettes After Sex ) 23:00h. Decidi fazer um café.  A madrugada seria longa E eu sabia que estava arriscando demais ao escrever sobre os sentimentos noite a dentro. Cigarro acesso e me sinto fútil, fraco, frágil Quando sou levado a pensar no teu nome, Que me atinge como algo que é incerto e me gera conflito interno. O meu corpo sucumbe a tantas vontades, E treme, Quando percebo a falta do anel no meu dedo. O amor perdido deixa o coração confuso e durante a noite queria me fazer indolor.  E a lembrança dos teus lábios em fucshia me entorpece, Queria poder acolhê-la no silêncio Que eu mesmo causei sem saber E assim, me vejo nublando o meu próprio eu, Que te procura devagar, saboreando o café forte e amargo.  Alguns dias, como hoje, são toleráveis Em que o céu cinza e as nuvens espessas Tomam conta do que era para ser mais uma noite estrelada E fazem com que a neblina envolta de mim, seja perman

Afago

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 (Você pode ler isso ao som de: Redemption - Thalles  ) Você era afago Enquanto eu escrevia os meus lamentos Dentro dos meus dilemas. Lhe transformei no verso mais bonito A poesia cantada Simplificada Difícil de ser rimada. E por antes estar perto Me vi em desespero, Por deixar de dizer-te Todas as palavras Acabei soterrado os poemas Tornaram-se herméticos. A minha saudade Agora Tem teu nome E faz-se Noite após noite Desde que tu, Meu porto Calmo Seguro, Pôs-se a prantos E eu navego Acomodado com o silêncio da solidão Chamando o teu nome.

Instável

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( Você pode ler isso ao som de :  I Know It's Over - The Smiths  ) E no cair da noite Me encontro nessa cama vazia A espera de uma longa madrugada Já que tu não vens. As três horas Com poemas escritos Pela metade Decifrados Em uma perfeita ilusão Descompreendida. E eu me perco nos poemas vazios Nas linhas tortas Que ainda insistem em buscar você Para preencher o vazio Do lado esquerdo da cama E você me vê pateticamente Como um simples elemento de Instabilidade Mas é você que tem O gosto da Incerteza E segue Por um lugar Diferente Me fazendo acreditar No que nunca foi E se deixou levar Pelo fluxo Da correnteza.

Fica

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(Você pode ler isso ao som de  Stay - Rihanna  ) Penso em te escrever poemas todas as noites, Com a mais absoluta incerteza  De que tu realmente vá gostar De cada um. Porque nunca me pedes para ficar? Fico a espera da tua resposta Em silêncio … E ela vem da forma mais discreta Indecifrável. Acho que não deveria ter escrito  O que deveria ter ficado só para mim, Nem todo poema te toca, eu sei. Sinto muito, meu bem. Sinto a respiração acelerar Pupila dilatar  E o meu peito estilhaçar, Quando você (não) fala comigo E me olha com seu olhar misterioso… “Eu os amo.”  Te disse. Mas também os odeio. Domingo preguiçoso  E eu brinco com teus cabelos, você ri, levanta da cama e me beija “Não quero ir embora." Eu disse. “Eu sei.” E então você foi primeiro .

Vestígios

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(Você pode ler isso ao som de:  If Our Love Is Wrong - Callum Scott ) Tu me envolve nos teus braços de forma serena. Seus dedos trafegam pelo meu corpo, Me perdi nos teus traços E te desejei, Observei Busquei tua pele desnuda Encaixei no que almejava... Sou aquele que anseia Em seu seio debruçar-se E em sua alma Acomodar-se E mesmo sabendo Que não é certo, Meus  lábios estão arfando Menina, me perdi no teu olhar! E enquanto observo a luz invadir o cômodo Sou privilegiado por sentir, Receber O que me ofereceu, Vai além da epiderme Toque. A mesa bagunçada A cadeira no chão O resto das roupas E o lençol manchado Foram os vestígios Deixados por nós.

Oferta

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(Você pode ler isso ao som de:  Love Will Tear Us Apart - Joy Division ) O teu beijo me trouxe ofertas Após noites de soluços, risos histéricos e tristeza Tua pele me trouxe aconchego Esperança Era algo que eu queria Desejava. Tua boca, onde muitos lábios mentirosos Já haviam sido esquecidos Levou-me para longe, Mas o teu beijo... Esse que enaltece os mais belos sentidos Me trouxe pensamentos desconexos E o meu desejo virou agonia Pois, mesmo sem firmar na hora Teu beijo fez eu  exaltar tua alma. Convicto então de que os minutos vertiginosos de sonho, Se tornariam lembranças futuras Fui levado a crer que se tu tivesses me ofertado algo a mais Naquela noite em que nos despedimos Talvez não teria sido um adeus corrosivo.

Tons sublimes

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(Você pode ler isso ao som de: FallingForYou - The 1975 ) Teus tons sublimes, Delicados Fazem com que te imagine por toda parte. Arte Despida Tive dificuldade em não olhar-te. Me entreguei e fui ao teu encontro E teu toque estremeceu o meu corpo E pude encontrar o seu... Deixou-me sem fôlego Então deixou a sua mão caminhar pelo meu corpo sem perder o alento Já que na noite dos seus beijos Vênus e Júpiter subiram aos céus E das carícias As noites fizeram sentido... Desejando Querendo Sonhando Sentindo. Os sentimentos vívidos Me fizeram te receber E perceber O prazer de estar ao teu lado.

Fragmentos

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 (Você pode ler isso ao som de: Fragments- Jaymes Young ) Pelas esquinas Dos bares Paixões repentinas são encontradas Na cidade barulhenta Dos olhares perdidos, O tempo incerto Parece cobrir a solidão. Ali, Bebemos, dançamos, cansamos Ao som da música que o rapaz bem na entrada tocava. Como dois desconhecidos Conversamos sentados naquele lugar Tínhamos tempo de sobra E espaço para aquilo Cada um com seus planos Em um lugar comum, As palavras transbordam E ela nem sequer sabe o meu nome. A luz daquele poste Iluminava a calçada E algumas pessoas se abrigavam da chuva. Conversa fiada De minutos intermináveis E imperceptíveis Fizeram com que Aquela noite fosse única, E nem toquei no cigarro. Do breve início De dia que começara azulado Que mal sabia eu, Traria, a partir dali, Noites de insônia Nos dias seguintes. Restam apenas sete estrelas Para sonhar e desejar Que ela fosse minha. E naquela volta A chuva na janela embaçada, Me deixou c

Prólogo

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    (Você pode ler isso ao som de Seabirds - Pizzagirl )       Penso do que adianta escrever em forma de poesia, em versos, tudo o que eu um dia já senti... O que faz de mim um narrador ou um poeta interessante se tudo depende de algo... se meus poemas dependiam da vaga lembrança que eu tinha de você.  Vivi dias de ócio, com o mundo me esperando e eu ignorando a minha total capacidade de viver o presente. No mar adentro Que vivi Nem os faróis  Trouxeram-me a luz Para me avisar  Que deveria estar  Próximo do tempo  Presente.        Não recordo agora de como tudo começou ao certo. Talvez seja por isso que tenha decidido escrever. Foi o tempo, sempre é. O tempo mudou e eu não entendi o teu medo e então me vi questionando se te amei mais do que deveria e se o amor um dia fez parte da vivência... Acho que negligenciei os sinais e desalinhei a minha vontade da minha razão. E agora, as minhas memórias  De você Fitam o  Precipício.

Notas de Sábado

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( Você pode ler isso ao som de  I Love You - Billie Eilish ) Vejo  a cadeira da cozinha Desocupada E o mural de avisos vazios Logo de manhã, Mistura de melancolia E distanciamento impreciso Não há nenhum barulho Não há som dentro de mim Agora, ecoa nós. Senti saudades por um breve Momento Aprendi a escrever poemas Lendo os versos intermináveis Do teu corpo Enquanto beijava desesperadamente O presente Sem visar um fututo, E sentada sozinha, Parece que o fim Nunca chega. Minhas ondas bateram Em seu peito Causando um movimento Irreversível. Vi você ir... E vi a saudade consumir O que havia em mim. Naquele dia, O verão acabou junto com O Café.

O Café

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     (Você pode ler ao som de :  Coffee - Beabadoobee  )            Acho que na verdade, ele é quem foi o protagonista principal e que fez mais parte das nossas tardes tediosas e de palavras simples, do que foi nosso eterno cotidiano acinzentado.         Sei que eu sempre preferia o pingado, tinha um sabor perfeito, mas o aroma sempre se misturava com o do teu cigarro, sei que tentamos a frequência perfeita e uma fluidez constante, mas sei que eu fui o mar que te tirava o fôlego.             A questão com o café é que sempre que eu te oferecia uma xícara, pairavamos em um território conflituoso, porque sei também que apesar de te fazer sorrir, eu te fiz olhar para algo que já não fazia sentido, te fiz chover e se cansar um mar de vezes enquanto o café esfriava.       É, foi o café. Café romantiza uma tarde qualquer,acho que o próprio tinha o cheiro de romance pelo qual tanto amejavamos. Ansiamos pela ternura e o gosto do aconchego e a oferta, porque as vezes, ofere

Narrativa

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(  Você pode ler isso ao som de:  Version Of Me- Sasha Sloan  ) Lembro de uma história De como era contada, Do tempo, Medo, Do que não era segredo. Lembro de pensar em momentos que não aconteceram Sei que queria tê-los vivido. "Sinto saudades de como éramos." Lembro-me de uma narrativa Seguimento Constante Passado... Ouvidado pelo tempo... Recordo daquele casal parado Esperando o sinal, E vi uma criança Contemplando. Da janela do onibus lotado, Calada Me vi admirando A doce ternura de um beijo Sinto saudade do que vivi Não sinto saudades de quem era Sei dos momentos Queri-os de volta Sinto saudades de ser criança A mesma que contemplava as histórias Do riso fácil. E lembro de ouvir que deveria crescer Construir uma narrativa Mas como se firmar se nem ao menos firmei-me Naquilo que sou Do movimento inconstante que sigo Contra o fluxo Eu prossigo Sendo o que sou Uma eterna Narrativa Incompleta.

Abstrata

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 ( Você pode ler isso ao som de: I'm In Here - SIA  ) Era um Neon refletido A nítida beleza De delicadeza abstrata, Incandescente lunar Que agora Esconde um Corpo em conflito Sugerido a ser Não sendo... Um retrato. Não satisfeita, Por definição Uma transformação constante Que negligencia A forma. E de cada pedaço de amor que me dei, O deixei no canto do quarto Recolhido Organizado Recluso, Pois sonhei com o que um dia Tentei ser Mas, nunca fui E minto Quando digo que não sinto. E no espelho, Me vejo nua De fora, me mostrando por dentro E tudo ao redor, Sou eu Abstrata. Pago o preço Por não mais Me reconhecer Frente ao espelho Mas, Quem sabe um dia...

Ansiedade

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( Você pode ler isso ao som de  Waves- Dean Lewis )      É ruim demais não saber como começar a escrever, como começar a fazer o que se gosta, como prosseguir em uma linha de pensamentos constantes e seguir o dia tentando não pensar no que pode acontecer no minuto seguinte. É ruim demais ser ansioso.            A gente pensa demais em como "não pensar", se força a abandonar por ter medo de não dar certo, se culpa por sentir demais e mais ainda por criar expectativas e se acha um "perigo" por ficar. E por querer ficar,  acabar partindo, se afastando, mesmo não sendo exatamente isso o que a gente queria, mas por achar que o outro vai embora, decide ir primeiro.       E sofre pela  fala não dita, pelas mensagens aguardadas, pelos verbos não conjugados e a insegurança, o medo e sente como se estivesse se afogando, onde a respiração  e o movimento ficam impossíveis de serem realizados e a sensação de estar sendo sufocado é real, por que cada pensamento sa