Postagens

Mostrando postagens de 2020

A leveza de ser.

Imagem
              (Leia isso ao som de  Where Am I Going Now?  - Thalles)      Em tempos extremos, a busca incessante por algo que não conhecemos (ainda), chega a ser massante. Ficamos a meia-luz dentro de nossa ociedade quase todos os dias e não nos damos conta. Sentimentos e sensações ficam esquecidas e guardadas em lugares profundos dentro de nós mesmos e são dificilmente achados novamente. Um infinito de possibilidades desconhecidas. E eu nem sei se deveria começar esse texto (sem nexo) assim. Quanto pesa a falta de leveza de ser ?      O tempo de uma certa forma, é cruel. Somos bons em transformar nossos corpos em universos em colisão. A nossa expansão é o que de certa maneira, nos move. Mas, ao mesmo tempo, me pergunto onde deveria estar a leveza em nossas vidas, nosso ponto de equilibro em meio à aquele vão de possibilidades desconhecidas... Acredito que a busca e a leveza deveriam mesmo andar juntas, uma ao lado da outra e talvez até andem, mas não percebemos. Nos carregamos tanto,

Hoje eu queimei minha carta...

Imagem
(Leia isso ao som de:  Everywhere I Go - Sleeping At Last  ) Eu não queria me sentir assim Mas, ultimamente tem sido tão ruim Que eu não consigo me ajudar. Eu me odeio por chorar. Uma parte de mim Dói muito E eu me sinto tão cansada, Meu corpo está cansado Minha poesia soa tão estranha, Que já não escrevo mais como antes E eu não consigo respirar O caos grita dentro de mim. Sozinha nessa casa, A inquietação agiu feito luz A imensidão do vazio de ser Me toca Com a ponta da caneta Sobre o papel E tenta me desdizer, Manifestando o desejo, Traspassando a dor de um corpo inteiro Construindo uma narrativa sem fim. Hoje eu queimei minha carta de suicídio, Sei que verei o entardecer. O amanhã é incerto E nunca terei como saber. Mas, hoje Viverei para sentir O meu eu transbordar o ficar. Anos atrás escrevi um Poema  bem diferente dos que eu estava acostumada a escrever e sinto o peso dele até hoje, como eu provavelmente vou sentir o desse também. Ele foi escrito

É sobre pertencer.

Imagem
(Leia isso ao som de  Temporary Palace - Thalles  )   Somos feitos de elementos químicos, corpo, intelecto e alma, também falam que somos poeira estelar. Tem como duvidar?! Somos um evento único na história do universo, mas arrisco escrever que todos nós já sentimos que não pertencemos a um momento específico do espaço-tempo e isso não deveria surpreender ninguém. Começamos com essa sensação de não pertencimento desde muito cedo, quando nos afastamos de nós mesmos e não sabemos ou entendemos absolutamente nada.  Nós passamos a vida em torno da ideia do pertencimento, buscando e negando-o. Mas, afinal, o que é o pertencer? Podemos falar  sobre o pertencimento na forma geografica, no local que você mora, sua cidade, lugares que você frequenta... Posso dizer que o pertencimento é  como você se sente em relação a sua familia, seus amigos, aos amores, sentimentos e mais uma infinidade de coisas. Eu poderia falar da construção do nosso próprio pertencimento, o qual talvez seja o mais difícil

O que é saudade pra você?

Imagem
É  um incômodo inquietante que Dói no peito e  Machuca. É o meu silêncio gritando com a ausência da tua voz. ( Você pode ler isso ao som de  All  I  Want - Kodaline )      É uma verdade quase universal o quanto é difícil manter as pessoas por perto, o quanto relações e relacionamentos são extremamente complicados e as vezes a vida se encarrega de afastar quem um dia já esteve mais perto possível da gente.       Não sei bem por qual motivo ou razão eu  me tornei uma pessoa tão essencialmente nostálgica. Olho para trás e vejo muita coisa ficando e sinto saudade, mas isso não significa necessariamente sentir falta. Recordar talvez seja um vício, do qual ninguém está pronto para abrir mão e a saudade vem como uma espécie de punição, a mais gentil que existe.      Talvez o fato mais dificil de lidar, seja a sensação de que a saudade pode ter endereço, um rosto, nome e sobrenome, cheiro, jeito peculiar e gosto incomparável. Ela é algo arrebatador e como a nostalgia, pode ser cruelmente vicia

Há de Haver

Imagem
(Você pode ler o som de  To Build a Home - The Cinematic Orchestra  ) Há um prédio vazio Com traços de janelas, Vestígios Do que um dia foi Um lar, Fragmentos E  restos de uma cidade Perdida. Há de haver um Tempo. E os passos E os olhos, A boca muda Que acomoda, engole Um silêncio que de longe Ecoa a fala, Reverbera, Esconde a Verdade. E por trás das Portas fechadas Estão os olhos vendados, Que um dia Já capturaram A saudade. Ignora-se uma promessa Trocando a coragem Pela covardia. Trocando as certezas pela dúvida  Amarga. Mas há de haver música E poesias suficientes Para descrever O que se ocorre. E ainda assim... Tu queres Dormir? Há de haver um tempo, Um mundo cheio De voz Que transpasse O sofrer.

Catarse

Imagem
(Leia isso ao som de  Birds - Imagine Dragons ) Esse início de ano trouxe uma energia muito diferente daquela que recebemos nos anos anteriores. Será se pode ser conhecido como: “O ano que era pra ter sido, mas não foi."? Entrei em 2020 com a intenção de fazer melhor e diferente, mas ele me tirou muito mais do que eu esperava e depositou em mim mais insegurança e instabilidade do que todos os outros e agora, eu acho que nós estamos em movimentos semelhantes e de alguma forma sendo preparados para algo maior. Nós temos um ano inteiro, cheio de semanas com sete dias cada, com motivos, um caminho e a cada ano que chega e parte, sentimos que eles vem para nos mostrar algo diferente, independente do que seja e acho que esse veio como um propulsor para tirar tudo e todas as coisas das quais queríamos ou achávamos que precisávamos, retirar tudo o que não mais nos pertence de uma vez e restaurar outras. Anos não essenciais ou talvez anos essenciais demais até que pudéssemos perceber o bar