Memórias imaginárias
É no canto da sala, sentado no sofá, que as vezes eu me aquieto e penso em você. É quando aquela música toca, que eu mais sinto sua falta. Eu até tento ficar submerso diante da vaga lembrança que tenho dos nossos momentos, mas as vezes me parece ser em vão. Acontece que você fazia parte da casa e quando decidiu ir, foi como se um cômodo nunca tivesse existido.
O que houve com nós, meu bem?
O que houve com todo aquele amontoado de ideias e planos que chegamos a discutir? Eu me perguntei em que momento você resolveu levar suas coisas embora e me deixar vazio por dentro, qual foi o momento exato que o meu amor não coube no teu peito... Eu até desfiz a bagunça da casa e organizei a vida...
Mas eu vi tudo desaparecer sem deixar traços e a cômoda ficar vazia como sempre foi. Eu até tentei mudar tudo de lugar, tentei fazer o que sempre quis e cheguei a preencher os espaços com coisas mais absurdas e eles nem precisavam ser preenchidos.
E agora, eu flutuo pesado pelo nada
Por meio das memórias imaginárias
Que ainda me restam de...
E eu tentei...
Mudei minha rotina,
Abri as janelas
E deixei a luz entrar.
Tudo em uma tentativa única de
Libertar você de mim.
Tenho comprado móveis e redecorado a casa, tentado retirar os objetos e colocar mais plantas, mas a xícara vermelha no armário da cozinha ainda está lá.
Que péssimo hábito o meu em deixar o que ainda me faz querer sentir o simples afago de algo que te fazia sorrir.
Eu guardei a lembrança das tuas visitas dentro de mim e careço do cafuné que não mais será feito, pois o silêncio alcançou o teu pensamento antes da tua voz sair, para me dizer que ia embora.
Preciso deixar
As memórias que tenho de você
Imergirem.
A música se encaixa perfeitamente. Imaginamos o que queremos tão absurdamente
ResponderExcluirSim! Inevitável
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