Partida
Não te dei os piores motivos para ir embora, no entanto, não te impedi de partir. O problema todo foi que eu me importei demais e demonstrei bem menos (ou demonstrei mais do que deveria e você se assustou, porque sabia que não aguentaria).
Pela primeira vez eu me vi realmente presa a alguém por muito tempo, me vi impotente, incapaz de mover um músculo do meu corpo na tentativa de desistir de tudo, era impossível, pois tu tinhas todos os meus sentimentos mais verdadeiros, e quando tu partiu, levou eles contigo e eu fiquei vazia de novo.
Você desafiou os meus sentimentos, me desafiou a ir a fundo com eles, eu não pude escapar porque tu me garantiu de que nada iria me machucar, nos machucar, mas logo depois tu me dissestes adeus. E eu não te impedi de partir. Impossível agora saber se tu querias que eu fizesse isso, porque teu adeus foi tão mordaz que eu senti receio de correr atrás e é difícil pensar se poderia ter sido diferente.
Se tudo tivesse sido fácil, talvez não teria válido a pena, talvez não tivesse sido intenso, desafiador e novo. Talvez eu não tivesse descoberto o quanto eu poderia ter sido forte após a tua partida, o quanto eu poderia ter sido alguém melhor, o quanto eu poderia ser uma nova pessoa, mas sempre carregando uma parte de você comigo, mas mesmo assim, eu não te impedi de partir e levar aqueles sentimentos e talvez essa tenha sido a melhor escolha, porque só assim eu poderia me refazer novamente, recomeçar e não há nada de errado nisso.
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